terça-feira, 13 de dezembro de 2016

CENTRO HISTÓRICO - Cachoeira do Sul e a Cultura (13/12/2016)

     O Arquiteto Osni Schroeder, em sua coluna semanal na edição de hoje no Jornal do Povo, escreveu sobre as iniciativas culturais cachoeirenses premiadas na última edição da Noite dos Destaques, promovida pelo G.V.C.

    Transcrevemos o texto, logo abaixo:



O enigma do Château d'Eau

Nosso monumento espera ser decifrado. Vamos lá


       "A 49.ª edição da Noite dos Destaques do JP pontuou por premiar muitas iniciativas na área cultural! Foram destacados a preservação da Fazenda Tafona, o incrível Viveiro Cultural, o Núcleo Municipal de Cultura, o restauro do Château d'Eau e do Paço Municipal, que tem um movimento comunitário de voluntários honoríficos como um dos protagonistas.

      Destacar tanta gente da cultura permite reflexões! Uma delas é que Cachoeira tem vínculo estreito com causas culturais! Houvesse maior apoio público, quem sabe o que faríamos? Outra reflexão é que o sucesso de projetos culturais tem uma relação direta com o apoio da comunidade. Projetos individuais tendem ao fracasso!

      Outra consideração é que a cidade nunca valorizou tanto bens públicos e privados de valor arquitetônico e histórico! Trago o exemplo do Château d'Eau que apesar de sempre ter sido querido, nunca foi tão valorizado como agora.

     Sobre nosso maior monumento, precisou chegar à cidade o restaurador Antonio Sarasá para ver nele muito mais do que concreto, argamassa e ferro. Ele percebeu no Château d'Eau uma riqueza simbólica e algo misterioso de valor impensável para uma Cachoeira atrativa de turistas que sonhamos.

    Nos últimos 20 anos algumas considerações foram feitas sobre a simbologia proposta do monumento, que talvez por serem pequenas diante da sua grandeza real, não despertaram interesse coletivo para aprofundamento de estudos. Sarasá repartiu o que viu e lança agora o desafio de decifrarmos de forma mais ampla os mistérios ocultos no monumento.

     Desafio que aceito por aqui, e convido segmentos comunitários como Amicus, Compahc e CDL para formação de um fórum permanente de estudos que decifre o ainda indecifrável que se oculta no monumento desde sua construção.

    Decifra-me ou te devoro, disse a Esfinge a Édipo, sem sombra de piedade. E ele a decifrou! O Château d'Eau não nos ameaça se não o decifrarmos, mas oferece um prêmio por fazê-lo que é a probabilidade de incluí-lo na categoria de grandes monumentos do país."


Osni Schroeder




Foto: Renato Thomsen   Texto: Coluna Osni Schroeder

Um comentário:

  1. O dia 22 de dezembro, marca o início do verão no Hemisfério Sul e do inverno no Hemisfério Norte. O dia do início da estação é chamado de solstício de verão. É o dia mais longo do ano.


    A palavra solstício deriva do latim "sol" e "sístere", que se traduz como permanecer quieto.

    É o momento em que o Sol atinge a maior declinação em altitude, medida a partir da Linha do Equador. No solstício de dezembro, em especial nas culturas romana e celta, se festejava o retorno do Sol.

    Na América Latina, o solstício de verão é comemorado por diversas culturas. A data, que representa um marco no Calendário Maia, que gerou uma interpretação sobre o fim dos tempos, para as culturas originárias da região andino-amazônica representa um ciclo caracterizado pelo retorno ao equilíbrio e à relação harmônica com a natureza.

    No Peru, no meio do ano é celebrada a Festa do Sol do Império Inca, uma apoteótica celebração do mundo andino do Hemisfério Sul. O imperador Inca, os sacerdotes e o povo agradeciam o Sol, que, segundo a tradição, fecunda a terra com seu calor e marca o início da época de plantio. Na cerimônia se sacrificava uma lhama, animal típico dos Andes.
    Cachoeira do Sul tem no seu Chateau D Eau sinais de ligação estreita com solstícios, teoria levantada por Antonio Sarasá, restaurador do monumento, a partir observações de símbolos na edificação e sua relação com solstícios anteriores.
    Dia 22 de dezembro estaremos no amanhecer e no entardecer registrando a continuidade desta história, observando como o Chateau D Eau se comporta com o solstício de verão que chega.
    Osni Schroeder

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