domingo, 6 de agosto de 2017

MUSEU MUNICIPAL - Patrono Edyr Lima (06/08/2017)

              A antiga edificação do restaurado Paço Municipal, a partir da última quinta-feira dia 03 de agosto de 2017, passou a chamar-se Museu Municipal de Cachoeira do Sul - Patrono Edyr Lima.






































IMPRENSA

TV NTSul - Vídeo 04 de agosto de 2017



Jornal do Povo - 05 e 06 de agosto de 2017


Jornal digital O Correio - 04 de agosto de 2017

terça-feira, 1 de agosto de 2017

PAÇO MUNICIPAL - Do Restauro ao Museu (1º/08/2017)

EU, NÓS E O PAÇO



Lá atrás, eu via o Paço como uma coisa velha, desmanchando-se fedorento entre formigas e umidades! Uma coisa capenga por cupins, morcegos e goteiras! Podre nas suas madeiras, pálido nas suas tintas, violado nas suas janelas, invadido nas suas portas, molhado no seu telhado.
Olhava o Paço até com pena, como se fosse alguém qualquer necessitando ajuda, prendendo-me muito mais ao seu cheiro de morte, do que ao algo de nobreza que poderia ter.
Naqueles tempos talvez ele tenha me achado arrogante, sem paciência, sem muita esperança! Talvez tenha até pensado que eu nunca tivesse lido Fernando Pessoa, falando sobre almas e o que vale a pena!


Aí, aconteceu que juntamos parceiros de outras lutas e resolvemos ajudá-lo! No que desse!  Não sabíamos que na verdade estávamos ajudando-nos a nós mesmos!
A magia do Paço foi nos tocando, mansamente, conquistando nossos corações.
A cada tinta raspada, reboco restaurado, a cada estranho anexo subtraído, a cada telha arrumada, moldava-se o despertar de um espírito gigante encravado naquele prédio.
Foi fantástico descobrir nele símbolos que sempre estiveram ali e não víamos, transportando-nos do nosso imaginário de ruínas escuras para o palácio perfumado dos nossos melhores sonhos. Sua verdade apareceu!
Talvez envergonhados pelos sentimentos iniciais, procuramos lavar este pecado, atirando-nos com afinco no objetivo do restauro da edificação.  A dedicação compensou o descaso inicial, ao ponto de confundirmo-nos por tempos, pensando que o prédio era somente nosso.
Passou o tempo, e ele voltou para a vida de uma forma tão intensa, que projetamo-lo como participante do nosso futuro, de uma maneira ou outra. Não viveríamos mais sem ele!
Até que um dia, despertamos para a realidade da obra concluída! E aí, sentimo-nos um pouco perdidos! Havíamo-nos acostumado a cuidar dele, e talvez, sem que soubéssemos, ele a cuidar de nós!
Então em meio a emoções conflitantes, assistimos à chegada dos novos ocupantes do prédio, como naturalmente tinha de ser! Eles chegaram de mansinho e logo o moldaram para a sua nova vida de Museu!
Voluntários de uma restauração concluída, restou-nos ir embora! 
O Paço não precisava mais de nós!


Hoje a doída saudade dele é compensada quando o vejo, ainda que de longe.
Num sentimento meio louco, me parece que ele sorri e me acena, convidando para entrar um pouco!
Desconfio que sentimos a mesma saudade!


                                                                                    Arq. Osni Schroeder






Inauguração nesta quinta-feira,
 dia 03 de agosto de 2017,
às 19 horas




Coluna no Jornal do Povo - 1º de agosto de 2017