terça-feira, 26 de abril de 2016

Paço Municipal - Definição de pisos e cores

DETALHES IMPORTANTES


          Na reunião de hoje pela manhã, entre os integrantes do Movimento Pela Restauração do Paço Municipal com os restauradores da empresa Construções Granzotto, alguns detalhes técnicos do projeto do arquiteto Júlio Ramos foram analisados, discutidos e decididos:



PISO DA ANTIGA CADEIA

        O projeto de restauro previa piso de madeira, o que determinava a necessidade de retirada de contrapisos originais e muito material de reaterro. Decidiu-se manter o contrapiso original (que era o real piso da cadeia) e partir para um revestimento liso, resistente e lavável, que poderá ser cerâmico ou concreto alisado por equipamento específico.
       As hipóteses foram analisadas e a opção definitiva será decidida posteriormente.



CORES EXTERNAS



      A decisão definitiva está se encaminhando para uma solução de conjunto não muito diferente da que esteve visível no Paço nos últimos cinquenta anos:


- Cinza claro, nas alvenarias
- Molduras brancas
- Esquadrias cinza (um pouco mais escuro que o das alvenarias)



REMOÇÃO CONTRAPISO DE CONCRETO
E REATERRO NAS SALAS DA FRENTE


       As salas da parte da esquina do prédio com a praça Balthazar de Bem, tiveram o seu assoalho em madeira retirado em décadas passadas e substituído por piso cerâmico sobre contrapiso.

     O projeto de restauro prevê o retorno do piso à sua configuração original. Por isto acontecem agora os trabalhos de remoção do referido piso, contrapiso concretado e os materiais de reaterro, para restaurar a originalidade quanto ao material utilizado inicialmente na edificação.



ASSOALHO DO SALÃO PRINCIPAL FRONTAL


          Continuam, em ritmo constante e acelerado, as ações de barroteamento para receber o novo piso de madeira no salão principal do pavimento térreo.

          Neste local está sendo preparada, também, uma nova base para receber o antigo cofre que continuou no prédio apesar de desativado.



-  (Obs: o cofre será deslocado em 2 metros para a direita, liberando o acesso original lateral ao corredor, onde foi "instalado" em décadas passadas).




REVESTIMENTO DAS PAREDES
NO PAVIMENTO SUPERIOR: FINALIZADO


           As paredes de alvenaria internas da sala principal, no pavimento superior, apresentavam o seu revestimento em péssimo estado de conservação, fissuras, descolamento parcial e sinais de intervenções passadas com deficiência técnica de prumada.


            O revestimento foi agora totalmente refeito, com argamassa específica de traço muito próximo do original, especialmente produzida para a obra de restauração do prédio do Paço Municipal.

O resultado final está excelente, como comprovam as fotos acima.




PAREDE TAIPA-DE-MÃO


        A parede no salão principal superior, em estilo construtivo taipa-de-mão, que apresentava sinais de intervenções anteriores de substituição da argamassa original de barro, está sendo cuidadosamente raspada e recebendo revestimento com argamassa mais resistente e muito próxima da elasticidade original.



REVESTIMENTO EXTERNO DE PAREDES

        Há um trabalho meticuloso na recuperação do revestimento externo de paredes. Também neste setor da obra, há sinais visíveis de intervenção passada, que utilizaram argamassas com traço de composição excessiva de cimento, diferente do traço de argamassa do revestimento original. 




PONTOS A COMENTAR

         A restauração de uma edificação histórica é um processo complicado e fascinante.

        Um prédio como o Paço Municipal, com mais de 150 anos, já foi objeto de intervenções várias, praticamente todas elas sem o princípio básico de restaurar mantendo a sua condição original.

        E o que acontece agora é que na missão de trazer o prédio do Paço Municipal novamente à vida, a sua restauração tem de levar em conta todos estes condicionantes.

       Definitivamente, em um processo sério de restauro sempre existe um entre muitos caminhos a seguir nas decisões adotadas e sempre haverá quem defenda outra solução que não aquela opção escolhida.

        Analisamos a fundo e discutimos todas as decisões entre nós, arquitetos, técnicos e restauradores, sempre buscando o consenso ou seja: a melhor decisão no contexto.

      No mundo real da restauração, quem toma as decisões conhece todos os condicionantes técnicos presentes, o que não acontece com quem analisa de fora, externamente.
               






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