segunda-feira, 25 de março de 2024

Dr. Florence

Jornal do Povo


Filho amantíssimo

               O que podemos dizer quando recebemos a notícia da morte de alguém que foi capaz de colocar inteiro dentro do seu peito o lugar onde viveu?

Carlos Eduardo Dicklhuber Florence, em algum momento de sua passagem por esta vida, mexeu com nossas emoções. Fosse empunhando o estetoscópio e auscultando os corações, fosse vibrando sua voz por um Hospital de Caridade com maior efetividade e excelência, fosse empregando sua inteligência, sabedoria e carisma em prol das causas culturais, ou trazendo lirismo aos nossos domingos com suas criativas e bem humoradas crônicas.

Perdê-lo foi como experimentar a orfandade. Foi sentir o vazio. Foi pensar em Netuno e Nossa Senhora sem o seu maior interlocutor, aquele que ouvia suas conversas sobre o que viam do alto de seus postos.

Esta é a vida. Não nos é dado o direito à eternidade. No entanto, a alguns é concedido o beneplácito da memória. Carlos Eduardo Florence é um deles. Jamais esqueceremos o seu jeito, inteligência, elegância e, sobretudo, o imenso amor que nutriu por Cachoeira.

Eduardo foi-se, mas nós continuaremos a lembrá-lo em cada esquina, nos sobrados, nas janelas, nos sons de piano, nas feiras do livro, nas confrarias, nas caminhadas pelos arredores do Château d’Eau, pedindo bênção à Nossa Senhora, vendo o Jacuí engolir o sol.

Adeus, amigo. Cachoeira nunca mais será a mesma.  Só nos resta agora imaginar teus diálogos com o Osni e o Armando sobre a nossa bela que só ela!

Mirian R. M. Ritzel,

24/3/2024 







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