Movimento Pela Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural de Cachoeira do Sul / RS
quinta-feira, 27 de maio de 2021
CASA AUGUSTO WILHELM - Início da restauração
Obras de restauro da CAW seguem a pleno
fotos: Renato Thomsen
As obras de restauro da Casa
Augusto Wilhelm - CAW seguem a pleno, chamando a atenção dos que passam por
aquele importante trecho da Rua Sete de Setembro. De longe o tapume que protege
a edificação atrai o olhar dos transeuntes, assim como a placa e sua riqueza de
detalhes, como informações sobre a obra e a indicação dos responsáveis
técnicos. A placa ressalta também que a CAW é bem inventariado de nosso patrimônio
histórico, condição que eleva o grau de exigência dos trabalhos de recuperação.
Mas não é só o tapume e a bem
cuidada placa que chamam a atenção. Desde a semana finda, uma plataforma
elevatória inédita em obras do gênero está garantindo a segurança dos
trabalhadores na remoção das camadas de tinta, especialmente nas partes altas e
nos delicados detalhes arquitetônicos. A utilização do equipamento expressa a
atenção e o cuidado que a Sra. Lúcia Wilhelm Véras de Miranda está tendo com a
edificação de sua família e com os que trabalham na sua revitalização.
Uma grata visita às obras
aconteceu em 1º de maio, quando o restaurador Antônio Sarasá, do Estúdio
Sarasá, foi conduzido pela arquiteta Elizabeth Thomsen aos ambientes da CAW.
Fascinado pelos detalhes da edificação, Sarasá, que foi o responsável pelo
restauro do Château d’Eau e orientou a recuperação das estátuas do frontão da
fachada da extinta União de Moços Católicos, demonstrou entusiasmo com a
descrição das diversas etapas a serem desenvolvidas, emprestando sua expertise
na área em generosas observações.
Também desfrutaram do momento de visita guiada: a presidente do COMPAHC, Ione M. Sanmartin Carlos, a conselheira Mirian R. M. Ritzel, o antiquário Luciano Santos e o fotógrafo Renato Thomsen.
Segundo a arquiteta Elizabeth
Thomsen, o trabalho agora está focado na remoção da tinta que cobre a fachada
da Casa Augusto Wilhelm, quando foram descobertas oito camadas empregadas no
período de 100 anos que a edificação possui. A cor utilizada com maior regularidade
e em diferentes nuances foi o verde que, segundo Lúcia W. Véras de Miranda, era
a favorita de seu avô Erwino, filho do fundador Augusto Wilhelm.
Enquanto as paredes passam pela
limpeza e remoção das camadas pictóricas, uma cuidadosa observação dos
arabescos que enriquecem o frontão e guarnecem as molduras das aberturas
permite revelar detalhes, exigindo também habilidoso manuseio dos instrumentos
de trabalho.
Processos de restauro de bens com riqueza arquitetônica, como as que a CAW possui, além do desafio imposto aos envolvidos, é como uma viagem no tempo, permitindo que do passado se revelem técnicas construtivas, a simbologia que representava o pensamento dos seus idealizadores e os propósitos da edificação. Mas também permite que se pense na iniciativa daqueles que objetivam no presente dar futuro para um bem que carrega em si um tanto de história, de memória e de afeto.
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