sábado, 21 de janeiro de 2017

PAÇO MUNICIPAL - Beleza interior (21/01/2017)

                 A recente pintura interna, à base de cal, e o acabamento com cera no assoalho do piso superior revelam toda a beleza da arquitetura clássica do "antigo casarão da rua XV", agora em sua fase final de restauração.



Salão frontal do 2º pavimento está pronto


Corredor lateral visto do plano superior
Detalhe do patamar da escada já encerado

Vista do corredor lateral que leva ao piso superior
  
Salas da esquina (fotos acima e abaixo)

Sala da esquina (fotos acima e abaixo)

 Detalhe do contraste da pintura - com painel demonstrativo
preservando as várias camadas de tinta aplicadas ao longo do tempo
Em princípio, reservada ao COMPAHC

O Terraço já está com a amurada pintada
Fotos e texto:  Osni Schroeder




VELHO CASARÃO

          A obra de restauro do prédio histórico do Paço Municipal aproxima-se do fim, e a reflexão de agora é de como poderemos tirar o máximo proveito daquela maravilhosa edificação.


O Paço Municipal é uma edificação singular!

         Ele foi restaurado, recebeu alguns melhoramentos contemporâneos, como o elevador para pessoas deficientes, tubulações de instalações elétricas, de telefone e de rede lógica. Recebeu também tubulação para aparelhos de ar condicionado individuais (tipo split ) e algumas esquadrias modernas de alumínio em substituição às basculantes de ferro dos anos 70.

        No mais continua, como não poderia deixar de ser, um prédio com arquitetura típica de uma edificação do século retrasado, sem as dimensões de dependências e pés direito das construções contemporâneas e usuais nos dias presentes.

       Sua conformação original, de 150 anos, abrigou a Câmara Municipal, o Júri e a Cadeia Pública. Adaptar seu uso, hoje, para funções exclusivamente administrativas, fará o prédio que está na memória recente de todos voltar até 2005: de um emaranhado de peças e "salinhas" que foram projetadas para uma coisa e acabaram usadas para outra. Quem esqueceu o abandono e da confusão no uso administrativo contemporâneo do prédio, apesar da memória afetiva que a ele dedicamos?


O prédio do Paço é um "senhor velho", a quem devemos
respeito e uma ocupação à altura desta condição.

        Arrisco afirmar que o próprio prédio é um museu que traz para o nosso tempo a arquitetura e as formas de saber e fazer de tempos passados.  Esta condição única permite afirmar que nada mais apropriado para sua próxima ocupação do que hospedar o Museu Municipal Dr. Edyr Lima e todo o seu fantástico acervo da nossa história. 

       O Museu no Paço estaria na linha do que projetaram os parceiros voluntários pela sua preservação: que era, e ainda é, usar praticamente todo o prédio para ações de valorização da história e cultura de Cachoeira do Sul. 

        E este grupo de cidadãos cachoeirenses tem o direito de sonhar com uma ocupação digna para o prédio do Paço Municipal.

        Este grupo foi protagonista da restauração daquela edificação quando ela já estava sentenciada a ser depositária de fantasmas, morcegos, cupins, umidades e rachaduras. Não nos sentimos bem manifestando-nos desta forma, mas assim o fazemos para que ninguém esqueça nossa firme determinação de fazer o prédio voltar plenamente à vida, sem usos exóticos e desvinculados de uma realidade que a cultura cachoeirense exige.

       O Museu no Paço valorizará o centro histórico da cidade, que além do magnetismo do Château d'Eau e da imponência sóbria da Catedral, teria o Museu Municipal como divulgador de vultos da nossa história. Os visitantes de Cachoeira do Sul agradecerão esta concentração inteligente de bens históricos e culturais na Praça Balthazar de Bem.

       A decisão, logicamente, é do Poder Executivo Municipal, que tem agora a oportunidade de alinhá-la ao interesse da nossa comunidade. 

      Agir em sentido contrário, repetirá decisões equivocadas do passado recente, que hoje sabemos como causas do nosso atraso social e cultural:  como a demolição da Estação Ferroviária no centro de Cachoeira do Sul, do relógio na praça José Bonifácio, do antigo colégio Antonio Vicente e da quase perda da Ponte de Pedra no Botucaraí, da Estação Ferroviária da Ferreira e do próprio prédio do Paço Municipal.


Confiamos no Prefeito Ghignatti e no seu comprometimento de destinar
um uso cultural ao antigo casarão
do Paço Municipal.


Arqº Osni Schroeder

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