quarta-feira, 4 de junho de 2014

Paredes protegidas




            Uma das riquezas da edificação histórica do Paço Municipal são suas paredes internas do pavimento superior. Elas são construídas com a técnica construtiva antiga definida como "taipa-de-mão", que consiste na execução de uma parede de tábua com espessura aproximada de 5 cm, sendo fixadas talas de fibras de coqueiro, ou similar, presas longitudinalmente à tábua nas suas duas faces.



          A fibra de coqueiro serve para formar uma superfície porosa e irregular que fixará a argamassa de barro que lhe será aposta. Então, a parede de taipa-de-mão é composta de madeira, fibras de coqueiro e argamassa de barro, montada diretamente no piso, sendo presas na parte superior à estrutura de madeira da cobertura. Usava-se esta técnica em pavimentos superiores de edificações diretamente sobre o assoalho. Não havia ainda a possibilidade de executar vigas de concreto para sustentar paredes no pavimento superior. Cimento não existia e obviamente o concreto ainda não havia sido inventado.

        A análise técnica das paredes do Paço Municipal identifica danos de insetos nas tábuas internas das paredes, e em uma delas uma movimentação no barrote de madeira do entrepiso, onde está assentada, que causou uma deformação visível.

       Nesta etapa de intervenção na edificação não haverá ação de  restauro destas paredes, o que determinou que as mesmas fossem protegidas de agressões mecânicas e de umidade, de forma que não seja agravado o seu atual estado de deterioração.





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       Em todas as fotos internas da antiga Câmara de Vereadores e outras funções que ali estiveram instaladas, estas paredes são destacadas pela sua beleza, fato que justifica ainda mais os esforços que serão dedicados pelo Movimento Pela Restauração do Paço Municipal para sua preservação nas condições originais.



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REFORÇO NO ESCORAMENTO PARCIAL DA COBERTURA



       O escoramento do entrepiso e a estrutura de madeira da cobertura superior já haviam sido executados, como garantia de segurança para os trabalhadores e para elementos da própria edificação.

      Ontem, depois de retirados as telhas, ripas e caibros, totalmente deteriorados e que estariam causando risco à integridade estrutural, foram reforçadas provisoriamente as primeiras tesouras, terças e elementos de fixação do forro.



          Este reforço foi determinado pelos responsáveis técnicos pelo atual estágio do trabalho, como forma de garantir a integridade da estrutura e dos trabalhadores envolvidos na obra. 

          São responsáveis técnicos o Arquiteto Osni Schroeder, a Arquiteta Elizabeth Thomsen, o Arquiteto Thiago Casarotto, a Arquiteta Aline da Rosa e o representante do 3º Batalhão de Engenharia de Combate, Sargento Vanderlei Rauber




    O trabalho dos Arquitetos Osni, Elizabeth e Thiago são prestados de forma honorífica.

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              Os trabalhos em altura mais complexos ficam a cargo dos soldados experientes, que já trabalharam anteriormente na recuperação da Ponte de Pedra: Maicon José Lopes Freitas e Renato Félix.







2 comentários:

  1. E tem gente que acha facil restaurar um predio, que é uma simples reforma, colocar massa aqui ou ali.....nao é bem assim....olha a trabalheira e o contingente humano, os profissionais envolvidos, o tempo dedicado...a atenção constante nos detalhes.....belissimo trabalho....show di bola... : )

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    1. Obrigado, Alex, pelo incentivo.
      Continuamos trabalhando sem parar, para devolver este magnífico prédio à comunidade cachoeirense.

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